Atividades Exercidas: co-produção e coordenação geral de pesquisa (fev-abr/2010).
Pioneiras na construção da história de Brasília
O desafio do Projeto Mulheres Invisíveis se coloca na intenção de ouvir as mulheres candangas e escrever a história de Brasília sobre outros pontos de vista. Recuperaremos a história de Brasília através das experiências das mulheres que chegaram entre 1957 e 1964 e que permaneceram por aqui por pelo menos uns 20 anos.
A pesquisa será realizada seguindo o pressuposto de que as mulheres também são sujeitos da história de Brasília exercendo diversas funções e papéis sociais. Faremos uma seleção de 50 mulheres e suas histórias para que tantas outras sejam lembradas e eternizadas num livro, vídeo documentário e exposição de fotos e objetos da época da construção.
O mais interessante vai ser ouvir não só de onde, quando e como as nossas ilustres candangas vieram para construir a nova capital, mas também como elas foram recebidas em Brasília, o que elas buscavam aqui, as suas primeiras impressões e sentimentos, como elas ocupavam seus dias, como era o lazer, a locomoção, a relação com os homens e com as outras mulheres, quais eram as dificuldades encontradas nessa nova vida e com quem elas podiam contar.
Mostraremos que houve um grande percentual de “mulheres invisíveis” que muito contribuíram com sua coragem e solidariedade para a criação de uma nova sociedade e que nunca foram lembradas.
De acordo com nossos primeiros contatos, o interesse das nossas candangas em participar das entrevistas, registro fotográfico e das filmagens é imenso! E esse interesse delas se dá justamente porque elas mesmas não se vêem nas histórias de Brasília. As candangas estão dispostas a falar a versão delas de seu próprio passado e pretendem que essas informações sejam veiculadas como relatos históricos legítimos, visto que até agora a forma como é contada a construção de Brasília aparece como se essa fosse uma história só de homens deixando a impressão de que aqui não havia mulheres. Inclusive, as mulheres não são chamadas de candangas e o termo candango é empregado no masculino de tal forma que não apenas generaliza homens e mulheres como também exclui essas mulheres.
Estas mulheres candangas estavam em Brasília enquanto a cidade ia vivendo a transformação do canteiro de obras para a cidade do futuro. Muitas vieram acompanhando seus maridos, porém outras vieram de livre e espontânea vontade, acreditando na capital da esperança.
Elas logo começaram a trabalhar e modificar o aspecto bruto da nova capital que naqueles idos do final dos anos 50 não era mais do que poeira e sonhos misturados à coragem dos que apostaram no novo, no moderno, no recriar, pois construindo a cidade, as pioneiras dos mais diferentes estados estavam criando cultura, adaptando os valores e hábitos das regiões à nova sociedade que se formava e assim fazendo florescer a nova capital.
O momento da comemoração dos 50 anos de Brasília é a última oportunidade para resgatar a estória dessas mulheres e homenageá-las. O lançamento de um livro e um vídeo documentário e uma exposição aberta para visitação durante as comemorações dos 50 anos de Brasília, não só resgata a própria história da construção da nova capital, como reconhece a importância das candangas no processo de formação e transformação das relações sociais da época.
Produtos:
Livro Mulheres Invisíveis
Com conteúdo que resgata a história das mulheres pioneiras, o livro será composto de prefácio analítico, fotos e trechos das entrevistas realizadas. Serão publicados 3.000 exemplares em edição bilíngüe (português/inglês) em capa dura com verniz e alto relevo com aproximadamente de 70 páginas.
Vídeo-Documentário
Esse documentário pretende, em linguagem lúdica e descontraída, dar visibilidade à participação das mulheres no processo de construção e consolidação da capital do Brasil, para comemorar seus 50 anos. O vídeo finalizado terá aproximadamente (trinta minutos) de duração. Serão 5.000(cinco mil) cópias no formato de DVD de alta definição.
Exposição das Mulheres Invisíveis:
A exposição pretende, além de mostrar as fotos das mulheres, criar uma ambientação da época, na intenção de que os presentes vivenciem um pouco de Brasília na época da construção. Haverá a exibição de fotos, filmes, livros, jornais, mobiliário e vestuário pertencentes das mulheres candangas que contribuíram para a construção de Brasília. O visitante terá um ambiente que o transportará numa linha do tempo da construção de Brasília aos dias de hoje numa ótica feminina cheia de afeto e emoção.
Metodologia de Pesquisa:
A metodologia para a seleção das mulheres passará por visitas a acervos públicos da memória candanga, associações de candangos, conversas com candangos e candangas conhecidos, visitas a estabelecimentos que existem na cidade desde sempre.
Após esta pré-seleção, as mulheres localizadas serão contatadas por telefone e as que ainda estiverem vivas, residindo aqui em Brasília e mostrarem-se interessadas serão visitadas pelos pesquisadores para uma conversa prévia.
As pré-entrevistas serão sistematizadas por meio de questionários contendo perguntas gerais que serão feitas a todas as mulheres e algumas questões específicas que salientarão aspectos únicos de cada entrevistada.
As entrevistas serão gravadas e decodificadas.
Após a análise das respostas os pesquisadores apresentarão à equipe de filmagem as consideradas alinhadas com o projeto para que se iniciem as filmagens.
Ficha Técnica
Coordenação Geral: Tânia Fontenele
Pesquisa: Melina Fernandez e Mônica Ferreira Gaspar de Oliveira
Livro: Tânia Fontenele com co-autoria de Mônica Ferreira Gaspar de Oliveira
Documentação fotográfica: Mila Petrillo
Curadoria da Exposição: Graça Ramos
Direção do Vídeo Documentário: Tânia Quaresma
FOTOS PESQUISADAS
fonte: arquivo Novacap
|
Esposa leva marmita a
seu esposo operário
- 1958 |
|
Placa em homenagem a operários do catetinho - 1958 |
|
Mulheres visitam o Palácio da Alvorada - 1959 |
|
Multidão na Inauguração de Brasília |
|
Meninas estudantes com Dr. Ernesto Silva em frente ao Palácio da Alvorada - 1959 |
|
Espectadores na Inauguração de Brasília |
|
Espectadores na Inauguração do Hospital Sarah Kubitschek - 1960 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário