PERFIL PROFISSIONAL

Sou Melina Fernandez e tenho 26 anos. Estou recém formada em Educação Artística na UnB, depois de passar pelos cursos de Ciência Política e Direito, e ainda flertar com os cursos de Jornalismo e Antropologia. Tal percurso acadêmico por distintas áreas foi importante para que mais tarde, em meados de 2007, eu descobrisse uma nova área, na qual todos esses interesses e buscas profissionais se encontram, a Gestão Cultural. Logo me identifiquei com essa profissão em crescente expansão, a qual busca fomentar e gerir as ações culturais, seja de uma organização pública ou privada, de uma comunidade ou de um país. A partir de então, comecei a pesquisar cada vez mais os assuntos da área, a fazer cursos e palestras sobre gestão e produção cultural, a participar de fóruns e comunidades, e a direcionar meu curso de graduação para tal, buscando disciplinas afins da antropologia, história da arte e administração. Ao mesmo tempo, comecei a escrever meus próprios projetos culturais e a ensaiar algumas produções de eventos diversos. Festa, show, feira, bazar, exposição de arte, concerto, festival de cultura, já experimentei um pouco de tudo, como produtora ou como assistente de produção. Hoje estou fazendo uma especialização em Gestão Cultural pelo Senac, podendo consolidar conhecimentos e práticas em elaboração, financiamento e execução de projetos culturais, marketing e política cultural, bem como na gestão de equipamentos e bens culturais. Estou cada vez mais certa do poder transformador e do impacto social que o segmento cultural exerce, não apenas na esfera da identidade, mas também na dimensão econômica e do desenvolvimento, e essa é a motivação que me inspira a atuar como gestora cultural.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Projeto Mulheres Invisíveis

Atividades Exercidas: co-produção e coordenação geral de pesquisa (fev-abr/2010).



Pioneiras na construção da história de Brasília


O desafio do Projeto Mulheres Invisíveis se coloca na intenção de ouvir as mulheres candangas e escrever a história de Brasília sobre outros pontos de vista. Recuperaremos a história de Brasília através das experiências das mulheres que chegaram entre 1957 e 1964 e que permaneceram por aqui por pelo menos uns 20 anos.

A pesquisa será realizada seguindo o pressuposto de que as mulheres também são sujeitos da história de Brasília exercendo diversas funções e papéis sociais. Faremos uma seleção de 50 mulheres e suas histórias para que tantas outras sejam lembradas e eternizadas num livro, vídeo documentário e exposição de fotos e objetos da época da construção.

O mais interessante vai ser ouvir não só de onde, quando e como as nossas ilustres candangas vieram para construir a nova capital, mas também como elas foram recebidas em Brasília, o que elas buscavam aqui, as suas primeiras impressões e sentimentos, como elas ocupavam seus dias, como era o lazer, a locomoção, a relação com os homens e com as outras mulheres, quais eram as dificuldades encontradas nessa nova vida e com quem elas podiam contar.

Mostraremos que houve um grande percentual de “mulheres invisíveis” que muito contribuíram com sua coragem e solidariedade para a criação de uma nova sociedade e que nunca foram lembradas.

De acordo com nossos primeiros contatos, o interesse das nossas candangas em participar das entrevistas, registro fotográfico e das filmagens é imenso! E esse interesse delas se dá justamente porque elas mesmas não se vêem nas histórias de Brasília. As candangas estão dispostas a falar a versão delas de seu próprio passado e pretendem que essas informações sejam veiculadas como relatos históricos legítimos, visto que até agora a forma como é contada a construção de Brasília aparece como se essa fosse uma história só de homens deixando a impressão de que aqui não havia mulheres. Inclusive, as mulheres não são chamadas de candangas e o termo candango é empregado no masculino de tal forma que não apenas generaliza homens e mulheres como também exclui essas mulheres.

Estas mulheres candangas estavam em Brasília enquanto a cidade ia vivendo a transformação do canteiro de obras para a cidade do futuro. Muitas vieram acompanhando seus maridos, porém outras vieram de livre e espontânea vontade, acreditando na capital da esperança.

Elas logo começaram a trabalhar e modificar o aspecto bruto da nova capital que naqueles idos do final dos anos 50 não era mais do que poeira e sonhos misturados à coragem dos que apostaram no novo, no moderno, no recriar, pois construindo a cidade, as pioneiras dos mais diferentes estados estavam criando cultura, adaptando os valores e hábitos das regiões à nova sociedade que se formava e assim fazendo florescer a nova capital.

O momento da comemoração dos 50 anos de Brasília é a última oportunidade para resgatar a estória dessas mulheres e homenageá-las. O lançamento de um livro e um vídeo documentário e uma exposição aberta para visitação durante as comemorações dos 50 anos de Brasília, não só resgata a própria história da construção da nova capital, como reconhece a importância das candangas no processo de formação e transformação das relações sociais da época.


Produtos:

Livro Mulheres Invisíveis

Com conteúdo que resgata a história das mulheres pioneiras, o livro será composto de prefácio analítico, fotos e trechos das entrevistas realizadas. Serão publicados 3.000 exemplares em edição bilíngüe (português/inglês) em capa dura com verniz e alto relevo com aproximadamente de 70 páginas.

Vídeo-Documentário

Esse documentário pretende, em linguagem lúdica e descontraída, dar visibilidade à participação das mulheres no processo de construção e consolidação da capital do Brasil, para comemorar seus 50 anos. O vídeo finalizado terá aproximadamente (trinta minutos) de duração. Serão 5.000(cinco mil) cópias no formato de DVD de alta definição.

Exposição das Mulheres Invisíveis:

A exposição pretende, além de mostrar as fotos das mulheres, criar uma ambientação da época, na intenção de que os presentes vivenciem um pouco de Brasília na época da construção. Haverá a exibição de fotos, filmes, livros, jornais, mobiliário e vestuário pertencentes das mulheres candangas que contribuíram para a construção de Brasília. O visitante terá um ambiente que o transportará numa linha do tempo da construção de Brasília aos dias de hoje numa ótica feminina cheia de afeto e emoção.

Metodologia de Pesquisa:

A metodologia para a seleção das mulheres passará por visitas a acervos públicos da memória candanga, associações de candangos, conversas com candangos e candangas conhecidos, visitas a estabelecimentos que existem na cidade desde sempre.
Após esta pré-seleção, as mulheres localizadas serão contatadas por telefone e as que ainda estiverem vivas, residindo aqui em Brasília e mostrarem-se interessadas serão visitadas pelos pesquisadores para uma conversa prévia.
As pré-entrevistas serão sistematizadas por meio de questionários contendo perguntas gerais que serão feitas a todas as mulheres e algumas questões específicas que salientarão aspectos únicos de cada entrevistada.
As entrevistas serão gravadas e decodificadas.
Após a análise das respostas os pesquisadores apresentarão à equipe de filmagem as consideradas alinhadas com o projeto para que se iniciem as filmagens.


Ficha Técnica

Coordenação Geral: Tânia Fontenele

Pesquisa: Melina Fernandez e Mônica Ferreira Gaspar de Oliveira

Livro: Tânia Fontenele com co-autoria de Mônica Ferreira Gaspar de Oliveira

Documentação fotográfica: Mila Petrillo

Curadoria da Exposição: Graça Ramos

Direção do Vídeo Documentário: Tânia Quaresma

FOTOS PESQUISADAS

fonte: arquivo Novacap

Esposa leva marmita a
seu esposo operário
- 1958

Placa em homenagem a
operários do catetinho
- 1958
Mulheres visitam o
Palácio da Alvorada
- 1959
Multidão na Inauguração de Brasília
- 1960


Meninas estudantes com Dr. Ernesto Silva
em frente ao Palácio da Alvorada
- 1959

Espectadores na Inauguração de Brasília
- 1960
Espectadores na Inauguração do
Hospital Sarah Kubitschek
- 1960

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